Segurança das crianças nos ambientes aquáticos

A chegada do verão coincide com férias escolares e aumento da procura por praia e piscinas. É importante os pais conhecerem algumas medidas de segurança para seus filhos nestes ambientes, para melhor protegê-los. O afogamento está entre as principais causas de morte em crianças, após acidentes de trânsito. Ocorre principalmente em menores de 4 anos, e depois aumenta novamente entre 15 e 19 anos. Nos menores de 4 anos, a maioria dos acidentes é em piscinas residenciais. Nos adolescentes, ocorrem acidentes também em lagos, rios e praias, e pode estar associado ao uso de álcool.

Ao contrário do que se imagina, o acidente ocorre em geral de forma silenciosa. A cena da vítima debatendo-se na água e gritando por socorro é pouco descrita por testemunhas de afogamentos.

Lembrar também que, além da morte, muitos sobreviventes apresentam sequelas neurológicas graves e irreversíveis. Portanto, a prevenção é a melhor estratégia.

Segundo o Conselho Científico de Segurança da Criança e Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria:

1) A área de piscina deve estar cercada por uma grade de proteção de, no mínimo, 1,20 metro de altura, sendo trancada por portões automáticos (para que a criança não possa destravar essa porta de segurança). Lembrar que o objetivo da piscina residencial é o lazer, então em geral não precisa ter grandes profundidades;

2) Quando não estiver em uso a piscina tem que ser coberta por uma estrutura de material resistente, que seja capaz de suportar um peso de pelo menos 120 quilos, sem ceder;

3) O piso em volta da piscina tem que ser antiderrapante para evitar quedas e escorregões;

4) Piscinas plásticas, de uso doméstico, devem ser guardadas sem água quando não estão em uso. Atenção: até um acúmulo de menos de 30 centímetros de água é suficiente para afogar uma criança, cuidado também com banheiras e baldes. Existem casos de afogamento até em vaso sanitário, portanto, as crianças pequenas não devem ser deixadas sozinhas no banheiro;

5) Para a segurança das crianças, NADA substitui a supervisão. Sempre deve ter um adulto perto da criança pequena, de preferência dentro da água, ou muito perto, ao alcance dos braços. Esse adulto tem que estar lúcido, não pode estar embriagado, e tem que estar totalmente dedicado a cuidar dessa criança. A criança não pode ficar sob os cuidados de outra criança. A supervisão deve ser constante, mesmo que a criança tenha aulas de natação e esteja com dispositivos de flutuação. A criança maior deve aprender a nadar e conhecer as regras de segurança;

6) É importante que na piscina tenha algum adulto capacitado para atendimento de primeiros socorros (curso de suporte básico de vida);

7) O uso do maquinário de manutenção e limpeza da piscina devem estar desligados enquanto as crianças estiverem na água;

8) Sobre o uso de equipamentos de segurança: para uma criança com menos 4 anos, o recomendado é estar sempre usando um colete salva vidas de tamanho apropriado. Para a Sociedade Brasileira de Pediatria, o colete é melhor do que a boia de braços, mesmo tendo alguma noção de natação, pois a boia de braços pode ser facilmente retirada pelas crianças. Boias “tipo pneu” não são adequadas, pois pode escorregar do corpo da criança, não garantindo a flutuação;

9) Adolescentes devem ser orientados a não nadar após ingerir bebidas alcoólicas, não nadar sozinhos e entender o perigo de lesões de coluna e medula irreversíveis, que podem ocorrer em mergulhos em locais desconhecidos.

10) Em praias, as dicas são as mesmas. Destaca-se a importância de estar sempre perto de um salva-vidas e questioná-lo sobre o melhor local para banho com as crianças. Não mergulhar em águas turvas. Ficar longe de cais, embarcações, rochas e correntezas. Em lagoas e represas, geralmente não se conhece sua profundidade e eventuais buracos. Em passeios de barcos e afins usar sempre o colete salva-vidas.

11) No banho do bebê, tenha tudo ao alcance das mãos (toalha, sabonete, roupa) antes, para não ter que se ausentar do local.

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Foto de Dr. Carlo Crivellaro

Dr. Carlo Crivellaro

CRM 72.688 (SP) RQE 34.876 E-mail: drcarlo@drcarlo.com.br

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